ricochetes.2

retorno (crítico!) de quem assistiu Disparos durante o Festival do Rio.

por Daniel Correa

 

 

 

 

Juliana Reis entrega um filme ao mesmo tempo profundo, sério, divertido e muito próximo do espectador. E isso é algo raro. Bem-vindo ao ovo.

O Rio é um ovo… E NÃO DE FANTASMA. RÁ!
DESCULPA.

Mas se tem uma expressão que os cariocas estão acostumados é que essa cidade é um ovo. E é. E isso é inexplicável. Não é tipo São Paulo que você não conhece nem os seus amigos. Aqui você tem uma relação próxima com as pessoas, parece que todos realmente vivem no mesmo círculo social. Talvez por isso tudo seja tão bizarro e intenso aqui. Inclusive a violência. Se tudo parece estar mais próximo, a sensação é bem maior.

Esse é o mote de “Disparos”, filme escrito e dirigido por Juliana Reis, inspirado em casos reais que ouviu por aí, como se todos os amigos tivessem vivido essa história inacreditável: um fotógrafo estava trabalhando num catálogo gay e ao sair de um clube, é abordado por dois caras em uma moto, querendo roubar sua câmera. É quando surge uma caminhonete e atropela os ladrões. Agora o fotógrafo tem que provar que não é assassino.

Muito bem escrito, dirigido e fotografado, o filme – que é um dos mais interessantes que vi esse ano – é roubado pela atuação fenomenal de Caco Ciocler, como um sádico policial entediado que resolve levar a investigação adiante por diversão.

Comparando o processo de andamento do filme com o processo de realização da fotografia analógica, Juliana Reis entrega um filme ao mesmo tempo profundo, sério, divertido e muito próximo do espectador. E isso é algo raro. Bem-vindo ao ovo.

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