Roteiros: é preciso saber lê-los.

Seminário FILMCUP 2013 BRASIL-FRANÇA

ROTEIROS: não basta escrever; é preciso saber lê-los.

Domingo, dia 1º de dezembro, as 15h30

PRAÇA DAS ARTES – sala auditório

Premissa

Dentro do contexto de desenvolvimento de nossa indústria audiovisual, o Brasil vem efetivamente dando mais e mais importância à fase de desenvolvimento de projetos e, especificamente, de escritura de roteiros: cursos, oficinas, editais e artigos da lei do audiovisual privilegiando esta fase são ótimos sintomas e consequências deste novo paradigma.

Porém, uma ponta parece ainda solta neste processo:

Se desenvolvemos em muito nossa habilidade técnica de escrever dramaturgia audiovisual, ainda não vemos necessariamente refletir esses avanços na qualidade global de nosso repertório, que poderia ainda ser muito melhor.

 

Hipótese

A força de pensar sobre as causas desse desnível, uma possibilidade se levanta: a de que a leitura, e consequente seleção de projetos nos editais, fundos, canais TV e distribuidoras, também precisa se aperfeiçoar tecnicamente para estar à altura e que esta filtragem de projetos ainda por vezes parece obedecer critérios pouco “maduros”, que vão da justificativa temática às qualidades literárias, passando pelas qualidades unicamente ideológicas ou mercadológicas do texto.

Se essas considerações (e ainda outras) podem caber dentro da apreciação subjetiva que os contextos de seleção exigem, elas não deveriam prescindir de uma competência técnica de leitura e apreciação desta linguagem de representação dramatúrgica, que é o roteiro de um filme.

 

Questões na pauta

  • O lugar (e o valor) da qualidade literária numa escritura audiovisual?
  • O que um roteiro tem em comum com um romance? E com uma partitura musical?
  • O roteiro vai realmente para o lixo, uma vez o filme rodado?
  • O que faz de um personagem um protagonista? O que faz de um desejo um objetivo?
  • Um tema “importante de ser tratado” é prerrogativa suficiente para o valor de um filme?
  • É possível escrever um roteiro sem pensar no espectador?
  • Selecionar um roteiro para produzi-lo ou num edital: onde entra o gosto pessoal?
  • Ler roteiros requer habilidades especificas, que também podem ser ensinadas e aprendidas? Ou basta apenas gostar de cinema e saber ler na língua do texto?
  • O que um filme diz a respeito da historia que ele narra?
  • Quando a crítica vira público-alvo?
  • Filme de público ou filme de autor? Em pleno 2013, que abismo é esse?

 

São questões que podem ser debatidas construtivamente e que poderiam enriquecer e potencializar nosso desenvolvimento como pólo produtor/contador de historias.

Daí a idéia de colocar em pauta, e em paralelo às discussões sobre como aumentar a qualidade dos roteiros escritos, o desenvolvimento da capacidade técnica, igualmente necessária, e mesmo fundamental, de ler e avaliar corretamente os roteiros que nos esmeramos em escrever.

 

Participantes:

Carla Esmeralda

CEO da Esmeralda Produções. Idealizadora e curadora de 17 edições de laboratórios de roteiro no Brasil.

Thiago Dottori           

roteirista, presidente da associação Autores de Cinema.

Juliana Reis

roteirista AC e professora, tradutora de La Dramaturgie, de Yves Lavandier.

Yael Fogiel

produtora Les Films du Poisson (Desde que Otar partiu e Les Meduses).

Ilann Girard

produtor Arsam  (La Marche de l’Empereur e Lebanon).

 

 

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